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O Morcego e a Doninha

Serenidade é a chave para vencer um obstáculo.

Um Morcego desajeitado caiu acidentalmente no ninho de uma Doninha, que, com um bote certeiro o capturou.

Atemorizado, o Morcego pediu que esta lhe poupasse a vida, mas a Doninha não queria lhe dar ouvidos.

-"Você é um Rato," ela disse, "e Eu sou por natureza inimiga dos Ratos. Cada Rato que pego, evidentemente, me serve de jantar, essa é a lei."

-"Mas, a senhora veja bem, eu definitivamente, não sou um Rato!" tentou se explicar o infeliz Morcego. "Veja minhas asas. Você já viu um Rato que é capaz de voar? Claro que sou apenas um tipo de pássaro, de uma variedade, podemos afirmar, um tanto exótica. Por favor me deixe ir embora!".

A Doninha, olhando melhor para sua vítima, concordou que ele não era um Rato e o deixou ir embora. Mas, alguns dias depois, o mesmo atrapalhado Morcego, cegamente, caiu outra vez no ninho de outra Doninha.

Ocorre que Esta Doninha era inimiga declarada de todos os pássaros, e logo que o tinha em suas garras, preparou-se para abocanhá-lo.

-"Você é um pássaro," ela Disse, "por isso mesmo o comerei!"

-"O que?", exclamou o Morcego, "Eu, um pássaro! Isso é quase um insulto. Todos os pássaros possuem penas! Cadê minhas penas, você é capaz de vê-las? Claro que não sou nada além de um simples Rato. Tenho até um lema que é: Abaixo todos Gatos!"

E o Morcego teve sua vida poupada pela segunda vez.

Moral da História: Sábio é aquele que é flexível, que sabe analisar a situação e agir de acordo com as circunstâncias. O sábio aprende a tirar do problema uma solução incapaz de criar outros problemas.

Fábula de Êsopo.

O Cavalo e o Seu Cuidador

O fingimento é a natureza original do Hipócrita...

Um zeloso empregado de uma cocheira, costumava passar horas, e as vezes dias inteiros, limpando e escovando o pelo de um cavalo que estava sob seus cuidados.

Agindo assim, passava para todos a impressão de que era gentil para com o animal, que se preocupava com o seu bem estar.

Entretanto, ao mesmo tempo que o acariciava diante de todos, sem que ninguém suspeitasse, roubava a maior parte dos grãos de aveia destinados à alimentar o pobre animal, e os vendia às escondidas para obter lucro.

Então o cavalo se volta para ele e diz:

-"Acho apenas que se o senhor de fato desejasse me ver em boas condições, me acariciava menos e me alimentava mais..."

Moral da História: Devemos desconfiar sempre dos exibicionistas que fazem questão de promover publicamente suas próprias virtudes. Os Bajuladores não são confiáveis.

Fábula de Êsopo.

O Filhote de Cervo e sua Mãe

Não é o Medo que faz o covarde, mas o covarde que faz o Medo...

Certa vez, um jovem Cervo conversava com sua mãe:

-"Mãe você é maior que um Lobo. É também mais veloz pois possui pernas fortes e agéis, possui ainda chifres poderosos para se defender, por que então você tem tanto medo deles?"

A Mãe amargamente sorriu e disse:

-"Tudo que você falou é a mais pura verdade meu filho, mesmo assim, quando eu escuto um simples ganido de Lobo e percebo sua aproximação, me sinto fraca e só penso em correr o mais que puder..."

Moral da História: Para a maioria das pessoas é mais cômodo conviver com seus medos e fraquezas, mesmo sabendo que são capazes superar cada uma dessas coisas.

Fábula de Êsopo.

O Cão Raivoso

A honradez começa pela modéstia...

Um cachorro costumava atacar de surpresa, e morder os calcanhares de quem encontrasse pela frente.

Então, seu dono pendurou um sino em seu pescoço, pois assim podia alertar as pessoas de sua presença, onde quer que ele estivesse.

O cachorro cresceu orgulhoso, e vaidoso do seu sino, caminhava tilintando-o pela rua, como se aquilo fora um grande trófeu por méritos, que o tornava superior aos demais.

Um velho e experiente cão de caça então lhe disse:
-"Por quê você se exibe tanto? Este sino que carrega, acredite, não é nenhum indício de honraria, mas antes disso, uma marca de desonra, um aviso público para que todas as pessoas o evitem por ser perigoso."

Moral da História: Engana-se quem pensa que o fato de ser notório o tornará honrado. Quem Busca Notoriedade é Carente de Honra.

Fábula de Êsopo.

O porco-espinho



Durante a era glacial, muitos animais morriam por causa do frio.
Os porcos-espinhos, percebendo a situação, resolveram se juntar em grupos, assim se agasalhavam e se protegiam mutuamente, mas os espinhos de cada um feriam os companheiros mais próximos, justamente os que ofereciam mais calor.

Por isso, decidiram se afastar uns dos outros e voltaram a morrer congelados.

Então precisavam fazer uma escolha: ou desapareceriam da Terra ou aceitavam os espinhos dos companheiros.

Com sabedoria, decidiram voltar a ficar juntos.

Aprenderam assim a conviver com pequenas feridas que a relação com uma pessoa muito próxima podia causar, já que o mais importante era o calor do outro. E assim sobreviveram.

Moral da história: o melhor do relacionamento não é aquele que une pessoas perfeitas, mas aquele onde cada um aprende a conviver com os defeitos do outro, e admirar suas qualidades.

A corrida dos sapinhos



Era uma vez uma corrida de sapinhos!
O objetivo era atingir o alto de uma grande torre.
Havia no lugar uma multidão assistindo.
Muita gente para vibrar e torcer por eles.
Começou a competição;
Mas como a multidão não acreditava que os sapinhos pudessem alcançar o alto daquela torre, o que mais se  ouvia era :
- Que pena! Esses sapinhos não vão conseguir.
E os sapinhos começaram a desistir.
Mas havia um que persistia e continuava a subida em busca do topo.
A multidão continuava gritando:
- Que pena!!! Não vão conseguir!
E os sapinhos estavam mesmo desistindo um por um, exceto aquele que continuava tranquilo embora cada vez mais arfante.
Já no final da competição todos desistiram, menos ele.
A curiosidade tomou conta de todos.
Queriam saber o que tinha acontecido... e assim, quando foram perguntar ao sapinho vencedor como ele havia conseguido concluir a prova, aí sim conseguiram descobrir...
Ele era surdo.

Moral da história: Seja "surdo" quando alguém te diz que você não pode realizar seus sonhos.

O fazendeiro, seu filho e o burro



Um fazendeiro e seu filho viajavam para o mercado, levando consigo um burro. Na estrada, encontraram umas moças salientes, que riram e zombaram deles:

- Já viram que bobos? Andando a pé, quando deviam montar no burro?

O fazendeiro, então, ordenou ao filho:

- Monte no burro, pois não devemos parecer ridículos. O filho assim o fez.

Daí a pouco, passaram por uma aldeia. À porta de uma estalagem estavam uns velhos que comentaram:

- Ali vai um exemplo da geração moderna: o rapaz, muito bem refestelado no animal, enquanto o velho pai caminha, com suas pernas fatigadas.

- Talvez eles tenham razão, meu filho, disse o pai. Ficaria melhor se eu montasse e você fosse a pé. Trocaram então as posições.

Alguns quilômetros adiante, encontraram camponesas passeando, as quais disseram:

-A crueldade de alguns pais para com os filhos é tremenda! Aquele preguiçoso, muito bem instalado no burro, enquanto o pobre filho gasta as pernas.

- Suba na garupa, meu filho. Não quero parecer cruel, pediu o pai. Assim, ambos montados no burro, entraram no mercado da cidade.

- Oh!! Gritaram outros fazendeiros que se encontravam lá. Pobre burro, maltratado, carregando uma dupla carga! Não se trata um animal desta maneira. Os dois precisavam ser presos. Deviam carregar o burro às costas, em vez de este carregá-los.

O fazendeiro e o filho saltaram do animal e carregaram-no. Quando atravessavam uma ponte, o burro, que não estava se sentindo confortável, começou a escoicear com tanta energia que os dois caíram na água.

Moral da história: Quem a todos quer ouvir, por ninguém é ouvido.

Fábula de Êsopo.

A coruja e a águia

A coruja e a águia, depois de muita briga, resolveram fazer as pazes.
- Basta de guerra - disse a coruja. O mundo é tão grande, e tolice maior que o mundo é andarmos a comer os filhotes uma da outra.

- Perfeitamente - respondeu a águia. - Também eu não quero outra coisa.

- Nesse caso combinemos isso: de ora em diante não comerás nunca os meus filhotes.

- Muito bem. Mas como vou distinguir os teus filhotes?

- Coisa fácil. Sempre que encontrares uns filhotes lindos, bem feitinhos de corpo, alegres, cheio de uma graça especial que não existe em filhote de nenhuma outra ave, já sabes, são os meus.

- Está feito! - concluiu a águia.

Dias depois, andando à caça, a águia encontrou um ninho com três monstrengos dentro, que piavam de bico muito aberto.

- Horríveis bichos! - disse ela. Vê-se logo que não são os filhos da coruja.

E comeu-os. Mas eram os filhos da coruja. Ao regressar à toca a triste mãe chorou amargamente o desastre e foi justar contas com a rainha das aves.

- Quê? - disse esta, admirada. Eram teus filhos aqueles monstreguinhos? Pois, olha, não se pareciam nada com o retrato que deles me fizeste...

Moral da história: Seja sempre sincero e verdadeiro nas suas palavras.

Fábula de Êsopo.

O rato da cidade e o rato do campo



Certo dia um ratinho do campo convidou seu amigo que morava na cidade para ir visitá-lo em sua casa no meio da relva. O ratinho da cidade foi, mas ficou muito chateado quando viu o que havia para jantar: grãos de cevada e umas raízes com gosto de terra.

– Coitado de você, meu amigo! – exclamou ele. – Leva uma vida de formiga! Venha morar comigo na cidade que nós dois juntos vamos acabar com todo o toucinho deste país!

E lá se foi o ratinho do campo para a cidade. O amigo mostrou para ele uma despensa com queijo, mel, cereais, figos e tâmaras. O ratinho do campo ficou de queixo caído. Resolveram começar o banquete na mesma hora. Mas mal deu para sentir o cheirinho: a porta da despensa se abriu e alguém entrou. Os dois ratos fugiram apavorados e se esconderam no primeiro buraco apertado que encontraram. Quando a situação se acalmou e os amigos iam saindo com todo o cuidado do esconderijo, outra pessoa entrou na despensa e foi preciso sumir de novo. A essas alturas o ratinho do campo já estava caindo pelas tabelas.

– Até logo – disse ele. – Já vou indo. Estou vendo que sua vida é um luxo só, mas para mim não serve. É muito perigosa. Vou para minha casa, onde posso comer minha comidinha simples em paz.

Moral da história: Mais vale uma vida modesta com paz e sossego que todo o luxo do mundo com perigos e preocupações.

Fábula de Êsopo.

O camponês e os filhos



Um camponês tinha chegado ao fim de sua vida.

Como queria que os filhos soubessem o que era cuidar da terra, chamou-os e lhes disse:

- Meus filhos, chegou a minha hora. Quanto a vocês, nada lhes faltará se procurarem o que escondi nas minhas vinhas.

Os filhos pensaram que ele estivesse falando de algum tesouro.

Uma vez o pai morto, eles cavaram todo terreno, mas em vão.

Nada de tesouro, mas a vinha bem lavrada deu-lhes uva em abundância.

Moral da história:O tesouro é o trabalho.

Fábula de Êsopo.