Na fazenda viviam muitos bichos: patos, porcos, galinhas...além de um burro e um cachorro. E todos eles ficavam esperando a hora em que o dono voltava do trabalho.
No entanto, quando ele
chegava, somente o cachorro corria para lhe dar as boas vindas e
fazer festa. O dono passava a mão na cabeça de seu fiel amigo.
Mas o burro, olhando a
cena, pensava com tristeza:
"Meu dono não
liga para mim! Ele só acaricia o cachorro!"
Um dia, querendo
receber carinho, o burro ficou à espera do dono para também
recebê-lo com festas.
Assim, quando o homem
chegou, o burro relinchou festivamente e, para imitar o cão, ergueu
as patas. O que aconteceu foi um desastre: desajeitado, ele acabou
derrubando o dono no chão.
O homem, surpreso, deu
ordens para que o burro fosse amarrado na cerca.
E ficou pensando:
"Afinal, o que deu nesse bicho? Ficou louco? Está achando que é
cachorro?"
No dia seguinte, ele
precisou do burro para levar cestos de verdura à feira. E então,
passando a mão carinhosamente na cabeça do animal, disse-lhe, para
consolá-lo:
- Meu amigo, um burro é
um burro e um cão é um cão. Um serve para carregar, o outro, para
vigiar. E isso ninguém vai mudar.
Moral da história:
"Cada um é o que é. Não se pode forçar a própria natureza."
La Fontaine.