Um Jovem Cervo, que estava bebendo água num córrego de água cristalina, viu a si mesmo refletido na límpida água. Ficou encantado com as formas e arcos dos seus imponentes chifres, mas ficou muito decepcionado e envergonhado, com suas delgadas pernas.
E suspirou: “Como é
possível tal coisa, ser dotado de tão desprezíveis e desajeitadas
pernas, quando, ao mesmo tempo, fui agraciado com tão bela e
majestosa coroa.”
Nesse momento ele
sentiu o cheiro de uma pantera, que de repente saltou de dentro do
mato onde estava à sua espreita, na ânsia de capturá-lo. Mas,
apesar de ser mais ágil, de ter mais velocidade, os largos galhos
dos seus chifres, ficavam presos nos galhos das árvores, impedindo
sua fuga, para se por a salvo do seu agressor.
Desse modo, em pouco
tempo, seu carrasco o alcançou até com facilidade. Então o infeliz
Cervo percebeu que as pernas, das quais tanto se lamentara, com toda
certeza o teriam posto a salvo do perigo, isso se aqueles vistosos e,
naquele momento, inúteis e indesejáveis ornamentos de sua cabeça,
não o tivesse impedido.
Moral da História: Com
frequência nos preocupamos mais com o aspecto das coisas inúteis, e
deixamos em segundo plano aquilo que de fato tem Valor. Somos sempre
um composto de pontos fracos e pontos fortes. Trabalhar os fracos com
a ajuda dos fortes é um gesto de sabedoria.
Fábula de Êsopo.